Com previão de elevação em 1 ponto percentual, Selic deve atingir maior patamar desde 2023, em reunião marcada para esta quarta-feira

Com previão de elevação em 1 ponto percentual, Selic deve atingir maior patamar desde 2023, em reunião marcada para esta quarta-feira

Por Edmilson Pereira - Em 5 meses atrás 1256

O Comitê de Política Monetária (Copom) toma a sua primeira decisão sobre o futuro da Selic de 2025, em reunião que acontece nesta quarta-feira (29). A expectativa do mercado é de que o Banco Central cumpra o aviso de elevar a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, fazendo a Selic saltar para 13,25% ao ano. Se confirmado, será o maior valor desde setembro de 2023 — de lá para cá, a taxa foi reduzida até 10,50%, mas o BC voltou o aperto em novembro de 2024.

A justificativa da autoridade monetária é de que a inflação e as expectativas para os próximos anos estão acima da meta, puxadas pela incerteza da política fiscal e mercado de câmbio aquecido.

O Relatório Focus desta semana mostra que os economistas elevaram a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro de 0,00% para 0,12%. O ajuste na aposta para janeiro veio após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subir 0,11% — acima das expectativas.

Ainda falando em Banco Central, a autoridade monetária faz um leilão de linha de venda de dólares, às 10h20. A oferta será de até US$ 2 bilhões.

Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem uma reunião marcada com os CEOs dos principais bancos. Estarão presentes Tarciana Medeiros (Banco do Brasil), Carlos Vieira (Caixa Econômica Federal), Marcelo Noronha (Bradesco), Milton Maluhy Filho (Itaú) e Mario Leão (Santander), além de Isaac Sidney, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Será a primeira reunião do governo com o setor bancário em 2025 e o momento de Lula convencer o mercado financeiro de que é capaz de controlar os cofres públicos.

Já do lado corporativo, o mercado deve repercutir o relatório de produção da Vale (VALE3). A empresa registrou quedas na produção e vendas de minério de ferro no quarto trimestre de 2024 (4T24). A produção de minério de ferro somou 85,3 milhões de toneladas, queda de 4,6% frente ao 4T23 e de 6,3% em relação ao 3T24 – resultado dentro do esperado por analistas.

No último pregão, o Ibovespa (IBOV) devolveu parte dos ganhos da véspera e encerrou as negociações em queda. O movimento foi puxado por Vale (VALE3), que caiu mais de 2%, e pela liquidez limitada por China com o feriado do “Ano Novo Chinês”. A recuperação das bolsas de Nova York ajudaram a conter as perdas do dia.

O principal índice da bolsa brasileira fechou com queda de 0,65%, aos 124.055,50 pontos.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,8696 (+0,74%) — no menor nível desde 26 de novembro.